Internacional
Fórum Social Mundial em Túnis

Fórum da Dignidade

03 de abril, 2013

Com mil setecentas e noventa e três atividades programadas e com cinco mil e oitenta e cinco organizações registadas, oriundas de mais de cento e vinte países, realizou-se entre os dias 26 e 30 de março, em Túnis, com o lema “DIGNIDADE”, a nona edição do Fórum Social Mundial (FSM).

A situação económica que deu origem aos recentes acontecimentos no mundo árabe, a crise que se faz sentir em todo o mundo, o garrote da dívida, os ataques aos serviços públicos e ao estado social, a par de outros temas já presentes em anteriores edições e que integram a agenda do movimento por uma globalização alternativa, constituíram os temas de debate para os muitos milhares de participantes nesta importante iniciativa, mais de trinta mil inscritos até à manhã do dia da abertura, segundo a organização. O facto de, de modo diferente das convocatórias anteriores, a "a credencial concedida pelo FSM não ser uma condição para entrar nas actividades previstas no centro universitário da capital”, permitiu

Lançado em 2001 em Porto Alegre, no Brasil, com o lema “Um Outro Mundo é Possível”, o FSM – espécie de “réplica” ao Fórum Económico Mundial (FEM) que reúne em finais de Janeiro de cada ano em Davos (Suiça) os principais líderes empresariais e políticos – pretende ser um espaço aberto de intercâmbios entre associações, sindicatos e outras organizações não governamentais que rejeitam o neoliberalismo, bem como o conceito de globalização que lhe está associado.

A marcha de abertura do “Fórum da Dignidade”, constituiu uma autêntica maré humana, com uma presença dominante de jovens, que demorou duas horas e meia a percorrer os seis quilómetros que separam a Praça 14 de Janeiro do Estádio Menzah. Menos festiva que as dos fóruns anteriores, a marcha da Tunísia deu expressão a uma forte carga política. Organizações de apoio e de solidariedade com a Palestina, temática da marcha de encerramento,  representantes da República Árabe Saharaui Democrática – vindos dos territórios ocupados por Marrocos e dos acampamentos de refugiados no sul da Argélia –, a Marcha Mundial de Mulheres, a Via Campesina, a Amnistia Internacional, a ATTAC, o Comité pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo, os povos negros do Brasil, diferentes redes mundiais e regionais e numerosas organizações da região anfitriã fizeram-se visíveis com cartazes e bandeiras.

FENPROF PRESENTE NO FÓRUM

Em conjunto com outras organizações sindicais europeias e africanas a FENPROF participou em actividades de solidariedade e em debates sobre os Serviços Públicos e sobre a Escola Pública. Merecem especial referência as participações da FENPROF no seminário “Serviços Públicos” promovido pela FSU – França, em que participaram também a CSA-Senegal, a CGT-França, a SOLIDAIRES-França e a UGTT-Tunisia e no seminário “ Promovendo a Educação Pública de Qualidade em Tempos de Austeridade”, promovido em conjunto com a GEW-Alemanha, o SNES-França e a OLME-Grécia.

 


 

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