Nacional

Criar um movimento de contestação nacional à ingerência europeia, para mostrar que o caminho não pode ser o da austeridade e da pobreza

04 de fevereiro, 2016

Em conferência de imprensa realizada após a reunião do Conselho Nacional (2/02/2016), a CGTP-IN sublinhou que considera inadmissíveis as pressões e as ameaças da Comissão Europeia para procurarem impor um Orçamento do Estado para 2016 de continuidade à política de asfixia económica que pressupõe a retirada de direitos às pessoas e acentua a sangria social do memorando da troika.

O país está de novo confrontado com a ingerência e a chantagem da troika e dos agiotas das agências de rating. Em simultâneo, PSD-CDS, Comissão Europeia (CE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI), procuram omitir, branquear e alijar responsabilidades pela política que destruiu o sector produtivo, generalizou o desemprego e o trabalho precário, forçou a emigração, bloqueou a contratação colectiva, cortou direitos, salários e pensões, encerrou serviços públicos, atacou a Constituição da República e a soberania do país. Para o efeito, recorrem a todos os meios para perpetuar os privilégios políticos, económicos e financeiros e, a pretexto da discussão do Orçamento do Estado (OE), obstaculizar o sentido da mudança expresso pela maioria do povo português nas eleições legislativas de Outubro passado..

Resistir, contestar

A CGTP-IN entende que o Governo tem de resistir às pressões da Comissão Europeia para aplicar medidas de austeridade, tendo uma voz forte, de confronto, para conseguir pôr em prática novas políticas - mais favoráveis aos trabalhadores e às suas famílias.

Arménio Carlos, Secretário Geral da CGTP-IN, defendeu ainda a necessidade de se criar um movimento de contestação nacional à ingerência europeia, para mostrar que o caminho não pode ser o da austeridade e da pobreza.

Para a CGTP-IN é possível e incontornável a renegociação da dívida e o confronto com as regras do Tratado Orçamental e do Pacto de Estabilidade, instrumentos que hipotecam o desenvolvimento nacional e põem em causa a soberania do país.