Nacional

Disfarçar

21 de setembro, 2015

Entre os diversos problemas com que as escolas, por norma, se confrontam à data do início das atividades letivas, têm-se destacado e tido particular visibilidade os atrasos na criação das condições adequadas ao seu normal funcionamento. São disso exemplo, a tardia colocação de professores, bem como de outros trabalhadores das escolas, ou a organização das respostas adequadas aos alunos com necessidades educativas especiais. 

Incapaz (ou sem vontade política) de dar solução aos problemas, o atual governo, através da sua equipa para a Educação, decidiu disfarçar os atrasos parcelares, atrasando todo o período de abertura do ano letivo. Ou seja, o calendário escolar para 2015/2016 institucionalizou o atraso na abertura do ano letivo e, desta forma, o MEC tenta "abafar" problemas que ele mesmo tem criado ou agravado e que, ao longo da Legislatura, não quis ou não teve competência para resolver. 

Procura o MEC, com o atraso global que impôs, chegar a 21 de setembro - data em que, na esmagadora maioria das escolas, se iniciam as aulas, com a receção aos alunos a realizar-se no dia 18 - e ter disfarçadas as dificuldades sentidas pelas escolas para retomarem, com aparente normalidade, a sua atividade. Não é alheio a esse esforço de ocultação o facto de, já em 4 de outubro, se realizarem eleições legislativas. 

Disfarçados ou não, a grande questão é que os problemas estão lá, nas escolas, uns de ordem conjuntural (por exemplo, se as aulas se tivessem iniciado no passado dia 15 estariam por colocar cerca de dois mil professores), normalmente destacando-se no início de cada ano letivo, outros muito mais profundos e que resultam de políticas e opções que têm sido seguidas.