Os meninos do 4.º ano de escolaridade começaram a realizar os exames a que estão obrigados. Na próxima quarta-feira voltarão a sentar-se em salas para o segundo exame que nem por se chamar prova de final de ciclo deixa de ser o que realmente é.
Muitos deslocar-se-ão a outra escola, envergarão o fato novo e alguns usarão o relógio de pulso que uma marca da especialidade voltou a promover como prenda para o dia do exame da quarta classe. Só não soarão os clarins… Devido à realização dos exames, em muitas escolas nestes dias não há atividades letivas.
Neste 3.º período, já se submeteram a provas deste tipo, os alunos do 9.º ano, só que, neste caso, não para provarem a Nuno Crato os seus conhecimentos, mas à Cambridge o que sabem de inglês, coisa que o MEC considerará que os professores da língua estrangeira não estariam habilitados para avaliar. Devido à formação a que se sujeitaram os professores e à sua deslocação a outras escolas para realizarem as provas aos alunos, foram, em muitos casos, anuladas as respetivas atividades letivas.
Irão ser ainda realizados os exames, com esse ou outro nome, dos demais ciclos de ensino básico e também do secundário. Quanto aos treinos para estas provas, terminarão antes nuns casos e, noutros, serão suspensos nos dias marcados no calendário escolar para dar largas à examinite que o cratês recuperou. Confirma-se, assim, que, para a atual equipa do MEC, o que garante boas aprendizagens e assegura qualidade ao ensino não são as aulas que, essas, em boa parte das escolas, já terminaram no final do segundo período.
Para o MEC, o que parece verdadeiramente importante são os treinos que a partir daí se têm realizado, confirmando a validade que aquela equipa atribui aos estudos pavlonianos de associação de respostas a estímulos. A mensurabilidade, para além do exame, passa igualmente pelas metas curriculares estabelecidas, unidades de medida aplicáveis a todos, esmagando a diferença e a diversidade.
É, pois, tempo de se iniciar o período de exames. Neste dia será a vez de se submeterem a tais provas as crianças do 4.º ano de escolaridade, o que confirma que os crimes pedagógicos, no nosso país, continuam a beneficiar de uma perigosa inimputabilidade.
O Secretariado Nacional da FENPROF
18/05/2015