Nacional
Terminou a aplicação da PACC

Acumularam-se mais problemas e iniquidades...

27 de março, 2015

No dia 27 de março, terminou a aplicação das provas de componente específica da PACC. Não é pela maior ou menor dificuldade na resposta a este tipo de provas que se verificam as condições para o exercício da docência. Esta é uma posição que a FENPROF, fundamentadamente, mantém e que outros pareceres e instituições têm vindo a corroborar, deixando o MEC isolado na defesa de uma prova sem sentido.

A somar ao despropósito da PACC para os efeitos que, ainda ontem o ministro da Educação repetia – a repetição de uma mentira não a transmuta em verdade! –, esta nova insistência no desacreditado mecanismo volta a ficar marcada por erros, incompetência e desprezo pela equidade. A responsabilidade direta é do IAVE; a responsabilidade política, se ela ainda ocupasse algum lugar recôndito no atual governo, é do ministro da Educação.

Já ontem foi divulgado pela FENPROF um erro de palmatória na correção da prova de Filosofia divulgada pelo IAVE. Hoje perdura a justificada indignação de muitos professores que tiveram de se submeter à prova de Português, nível 1, uma das que foram aplicadas na quinta-feira.

Os docentes do 1.º ciclo defrontaram-se com conteúdos que diziam respeito a outro ciclo de ensino. Só com o tempo regulamentar da prova a terminar foram informados – algo que não aconteceu em todos os sítios! – de que lhes seriam proporcionados mais 30 minutos; em alguns casos a informação já chegou após a hora do términus. Mas, piorando a situação, nem em todas as escolas os “examinandos” foram informados de que poderiam responder ao item em causa tendo em consideração textos do seu setor de lecionação e não do outro!

Estão a chegar à FENPROF denúncias nesse sentido, vindas de vários pontos do país. O MEC tem a imediata obrigação de esclarecer como pretende lidar com esta situação. Recorde-se que, para além da perversidade da prova, em si, o MEC, nas suas várias edições foi indiferente ou incapaz de responder aos graves problemas de equidade que não conseguiu garantir, optando sistematicamente por prejudicar aqueles que quer afastar da profissão com a PACC. Veremos, ainda, o que mais vai acontecer a partir desta fase de específicas da prova de Nuno Crato, sendo que os professores que se sintam prejudicados devem reclamar das situações que detetaram e informar a FENPROF para denúncia e acompanhamento do assunto.

Relativamente à prova de Português, nível 1, é de assinalar, ainda, que a versão difundida pelo IAVE no seu sítio da Internet, ontem ao final do dia, não corresponde à que foi distribuída nas salas. Na versão divulgada, o IAVE alterou o enunciado, passando a referir tanto o 1.º ciclo como o 2.º ciclo (Parte II, item 1). Este grave incidente também ajuda a perceber por que é que, desta vez, os “examinandos” não puderam sair acompanhados dos enunciados das provas. Trata-se, também, de um ardil para esconder a incompetência gritante que rodeia a PACC e a insensibilidade que o MEC mantém em relação aos problemas que cria.

A FENPROF denuncia também comportamentos ilegais no que respeita à Lei da Greve que se verificaram em várias escolas/agrupamentos.

No início da próxima semana, a FENPROF fará um balanço mais circunstanciado destes três dias de PACC e da luta que neles prosseguiu, contestando e denunciando uma prova sem sentido nem qualidade.

O Secretariado Nacional da FENPROF
27/03/2015