Nacional

Vitorino de Almeida: "Vivemos numa Disneylândia da injustiça"

09 de fevereiro, 2015
 
Mário Nogueira e Vitorino de Almeida 

"Isto é uma questão cultural", sublinhou à nossa reportagem o maestro Vitorino de Almeida, que dirigiu a orquestra e o imenso coro que intrerpretaram "Acordai", nesta inesquecível jornada de protesto e luta dos docentes do ensino artístico especializado.

Afirmando a sua total solidariedade com estes profissionais e destacando a importância das escolas de ensino artístico especializado para a vida cultural do país - "saem daqui músicos de elevada qualidade" - , Vitorino de Almeida afirmou que se passam nestes país "coisas estranhas", que é necessário esclarecer e combater. "O ensino em geral não é bem tratado e o artístico também não..."

"Parece que vivemos numa Disneylandia da injustiça", alertou.

Lembrando a petição pública que continua a recolher apoios, Vitorino de Almeida sublinhou que em duas décadas Portugal passou de um país pouco competitivo no meio artístico internacional, para um país exportador de talentos para a Filarmónica de Berlim, o Bolshoi de Moscovo, o West End Londrino, a Ópera de Paris e de Sidney. Isto em grande parte graças ao elevado desenvolvimento técnico-artístico prestado por estas escolas, que são espaços de formação inicial e avançada de artistas, que criam novos públicos, e geram riqueza económica ao incentivar qualificadamente o consumo cultural. 

O prestigiado compositor, maestro, pianista e escritor português alertou para as consequências de uma política que "aposta na ignorância" e apelou ao envolvimento da opinião pública neste combate. / JPO