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Apresentação do livro "O Futuro da Escola Pública", de Mário Nogueira

16 de outubro, 2014


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Links da reportagem transmitida no Fala Portugal, da TV Record:

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Espaço de luta e contestação à política educativa do governo PSD/CDS-PP

Realizou-se na passada quarta-feira, 15 de outubro, em frente ao Ministério da Educação, por decisão do autor e da sua editora (Nova Vega), a apresentação do livro de Mário Nogueira, "O futuro da Escola Pública".

Trata-se de um imprescindível documento, porque oportuno, no qual o Coordenador do SPRC e Secretário Geral da FENPROF selecciona, analisa e propõe soluções para o que pode considerar-se o mais importante conjunto de questões que se relacionam com o sistema educativo português, enquadrado por uma Constituição da República e uma Lei de Bases do Sistema Educativo, sucessiva e impunemente violadas pelos governos, pelo menos desde Roberto Carneiro.

Para Mário Nogueira, os resultados negativos que têm vindo a abater-se sobre a estrutura do sistema educativo português não são obra do acaso e foram minuciosamente preparados por sucessivos governo do bloco central social-democrata e liberal (PSD e PS), com ou sem a extrema direita portuguesa populista (CDS-PP).

Passando por várias dimensões desse ataque, o autor analisa,estratificadamente, a educação de infância, o rumo dado ao ensino básico e à escolaridade obrigatória, a elitização social que se reflecte ainda muito no ensino secundário e superior, passando pelas respostas que não são dadas, de modo adequado e consistente, no apoio a crianças e jovens com necessidades educativas especiais e na educação ao longo da vida.

Não esquece, como não podia deixar de ser, a política de (des)emprego do actual governo, a polémica e as consequências em torno de uma política de concursos e colocações intencionalmente devastadora, a ciência e a transformação de Portugal não só num país periférico da Europa, nesta matéria, mas também do mundo.

Mas, sobretudo, Mário Nogueira aborda de uma forma incisiva e preocupada o futuro dos professores e investigadores, da profissão, da sua importância social, do desmerecimento que têm tido da parte dos governos e dos efeitos das políticas sobre eles, independentemente de exercerem funções na escola pública ou no ensino privado.

Como referiu na apresentação do livro, Mário Nogueira aceitou logo o desafio lançado por Assírio, da Editora Nova Vega, até porque seria uma oportunidade para mais uma vez e de uma forma de igual modo consistente, fazer a acusação de quem tem de ser julgado pelos crimes que comete todos os dias contra o sistema público de ensino, constitucionalmente considerado e valorizado enquanto função social do Estado.

Trata de um livro que é também um bocado de cada um dos que ajudaram a construir o seu pensamento sobre a Educação, a Escola , a Profissão e sobre a função que cada uma cumpre no sistema político democrático português.

No final da sessão, entregou o seu livro no ministério da Educação e foi servida uma "salsicha educativa" sobre laranja.

Aqui se registam os convidados de Mário Nogueira, vozes aplaudidas na "5 de Outubro":

Ana Laura Santos – aluna do 1.º ano do curso de História da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, que, como lembrou o autor, desde muito pequenina que não tem papas na língua e não se esquiva a cumprir à medida da sua idade e responsabilidade o seu papel de permanete questionar sobre a realidade e sobre os seus problemas. Falou dos desafios que hoje se colocam aos estudantes do Ensino Superior e alertou para as dificuldades económicas que muitos enfrentam e que leva um número significativo de jovens a abandonar os estudos.

Maria José Viseu - ex–Presidente da CNIPE, ativista do movimento associativo de pais, parceira da FENPROF em muitos momentos em que foi necessário, como continua ainda hoje a ser, lutar por uma escola pública de qualidade para todos. Na sessão realizada na "5 de Outubro" chamou a atenção para a atualidade do livro de Mário Nogueira.

Rui Madeira – director da Escola Secundária António Arroio, na qual tem assumido um permanente papel de defesa da Escola Pública, contra tudo e todos, onde reconhece existir um clima propício às aprendizagens dos alunos, mas que, por facto de ser uma escola do ensino artístico, tem visto descurada a sua actividade e o seu papel na formação dos jovens que a frequentam, por quem, governando o país, considera que essa coisa das artes não é verdadeiramente importante.

José Calçada – Presidente do Sindicato dos Inspectores de Educação e Ensino, companheiro, com o seu sindicato, de muitos momentos de ação e luta em defesa da Escola Pública. José Calçada valorizou a reflexão e os contributos que as organizações representativas dos docentes têm dado no sentido da defesa de um bem social fundamental, que o atual poder político menospreza: a Educação pública. 

Assírio Bacelar – o responsável da Nova Vega e co-proprietário da já extinta Assírio&Alvim e da Compendium, foi também um dos intervenientes na sessão de apresentação do trabalho de Mário Nogueira. Possuindo uma vasta atividade editorial, há mais de 30 anos, tem, exercido uma ação digna e empenhada que se salda pela revelação e publicação de muitos autores hoje indissociáveis da nossa cultura. Homem sempre interessado na literatura para a infância, publicou várias obras de referência e deixou a sua marca como autor, por exemplo, em O Espantalho às Avessas e A Estrelinha da Manhã. Assírio Bacelar felicitou Mário Nogueiera e realçou a atualidade de "O futuro da Escola Pública".

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Mário Nogueira 

 AnaLauraSantos
Ana Laura Santos

MariaJoseViseu  
Maria José Viseu

 RuiMadeira
Rui Madeira

JoseCalcada 
José Calçada
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Assírio Bacelar