Nacional

Declarações do Secretário geral da FENPROF à comunicação social

18 de setembro, 2014

O Secretário Geral da FENPROF, Mário Nogueira, defendeu nesta quinta-feira a “demissão” do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, lamentando que só agora o governante tenha pedido desculpa sobre o processo da Bolsa de Contratação de Escola (BCE) e admitido o erro na aplicação da fórmula usada para ordenar os professores contratados.

“Só tinha de pedir desculpa e pedir a demissão. Politicamente estas coisas têm responsáveis. Por tudo o que já fez e mais esta, ficava-lhe bem a demissão”, disse. Nesta quinta-feira, na Assembleia da República (AR), Nuno Crato pediu desculpa sobre o processo relativo à BCE, admitiu “erros” da parte dos serviços do MEC na ordenação destes docentes e prometeu corrigir todos os problemas relativos a este concurso. Depois do debate na AR, o sindicalista disse que o ministro só admitiu o “erro” porque “não teve outro remédio” e foi “pressionado e obrigado” pelos sindicatos e docentes que protestaram: “Ontem às oito da noite o ministro dizia que não havia erro nenhum.”

O Secretário Geral da FENPROF adiantou que nesta quinta-feira os docentes, que de manhã estiveram à porta do Ministério da Educação e Ciência (MEC), já não regressarão à Avenida 5 de Outubro, mas garantiu que, quando saírem as novas listas – as que resultarem das rectificações feitas pelo MEC -, a estrutura sindical e os professores vão verificar se está tudo correcto e, caso não esteja, voltam a concentrar-se em frente ao ministério.

“Vamos também enviar uma carta ao MEC a pedir que, quando saírem as [novas] listas de ordenação, saiam ao mesmo tempo os subcritérios usados em cada escola e por disciplina, para os professores terem acesso e poderem fazer a verificação. E tem de haver um prazo para reclamações. Sabemos que o tempo urge, mas isso tem de ser feito”, afirmou Nogueira.

Questionado sobre a possibilidade de haver duplicações na colocação de docentes – se uns tiverem já sido colocados e outros vierem a ser colocados nesse mesmo horário, em virtude destas correcções -, o sindicalista explicou que não é a primeira vez que tal acontece e desvalorizou a questão, considerando que há sempre trabalho nas escolas para os docentes. “Todos fazem falta”, disse.

Mário Nogueira lembrou que FENPROF defende o fim desta “pouca vergonha das contratações de escola” e exige antes a realização de um “concurso nacional geral, que tenha como critério a graduação profissional, critério que não é perfeito mas é o menos imperfeito”.

O sindicalista aproveitou ainda para ironizar acerca do facto de Nuno Crato ter admitido a existência de um “erro” matemático na fórmula: “Se calhar, não passava na Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades (PACC).”

Público, 18/09/2014