Nacional
Declaração do Secretário geral da FENPROF:

A propósito dos erros ortográficos na PACC

08 de agosto, 2014

Na sequência do comunicado do IAVE, referindo que apenas 10% dos erros detetados nas provas eram relacionados com a não aplicação do novo acordo ortográfico, o Secretário-geral da FENPROF, questionado pela comunicação social, fez a seguinte declaração:

“Os erros ortográficos não são admissíveis, sejam dados por professores ou constem dos rodapés dos serviços noticiosos das televisões. É inadmissível, por exemplo, que documentos enviados pelo MEC ou outros ministérios, designadamente no âmbito das negociações, contenham erros ortográficos, como acontece não raras vezes. Ou que haja um ministro da Educação, como houve, que diga “interviu” e não “interveio”.

No que propriamente diz respeito à PACC, 4 notas:

1.
Para nós, o IAVE não é entidade credível para que não possamos colocar em dúvida o que afirma. O comportamento dos responsáveis do IAVE em momentos de exames ou outras provas – exames do secundário em 2013, exames de inglês ao serviço da empresa Cambridge ou a realização da PACC, tanto em dezembro como em julho –, designadamente impondo procedimentos irregulares, dando cobertura a situações contrárias aos normativos e até repreendendo os professores que recusaram submeter-se às suas ordens, é revelador do que são capazes os seus responsáveis.

2.
Mas ainda que fosse como dizem, falta saber se os erros que decorrem da não aplicação do novo acordo ortográfico, representam ou não os erros da maioria dos candidatos. Um exemplo para que se compreenda o que se afirma: dez pessoas escrevem dez textos e, no total, há dez erros ortográficos. Em média, cada texto tem um erro e, porém, eles apenas constam de um dos textos.

3.
Mais, os que foram aprovados dão ou não erros ortográficos? E que tipo de erros, decorrentes do novo acordo? E como vai fazer o MEC para corrigir este problema? E quantos reprovados por não responderem corretamente às questões absurdas que foram colocadas, não deram qualquer erro?

4.
A propósito, ainda, do novo acordo ortográfico, eis mais um exemplo de como o MEC usa esta prova para “caçar” professores, fugindo, assim, a confrontar-se com as instituições que fazem a sua formação. É conhecido que diversas instituições  de ensino superior recusam a utilização do novo acordo, exigindo que os alunos escrevam com as regras anteriores. Concluindo o curso, chegam ao sistema e são submetidos a uma prova onde são obrigados a usar o novo acordo… está tudo dito.

Uma nota final: a PACC está a cumprir a sua missão. É para isso que serve, para poder denegrir a imagem dos professores, achincalhá-los publicamente e, dessa forma, contribuir para a desvalorização da sua imagem social”. / Mário Nogueira, Secretário Geral da FENPROF