O MEC recusa-se a reconhecer os problemas que provocou nos concursos, daí não os resolver. A FENPROF tem em sua mão documentos que indiciam que esses problemas terão sido criados por manipulação dos dados introduzidos na aplicação do concurso, o que, a confirmar-se, constituirá um grave ilícito.
Na sequência das reuniões solicitadas a este propósito a várias entidades, a FENPROF reuniu na Procuradoria-Geral da República na passada quinta-feira, dia 6 de outubro e com a Comissão de Educação, Ciência e Cultura da Assembleia da República, na sexta-feira, dia 7, da parte da manhã.
As razões por que a FENPROF entende serem fortes os indícios de manipulação e os documentos que levaram a essa desconfiança, foram matérias em destaque que a federação levou ao Procurador Geral e aos deputados.
Os indícios de manipulação de dados durante o concurso de colocação de professores vão ser analisados “cuidadosamente” pelo procurador-geral da República, disse o Secretário Geral da Federação Nacional de Professores, à saída da reunião com Pinto Monteiro.
512 recursos
“São documentos de escolas em que facilmente se constata que, durante a segunda bolsa de recrutamento essencialmente, em alguns dias não foi possível descarregar horários anuais, o que distorceu os resultados do concurso”, esclareceu Mario Nogueira,´à conversa com os jornalistas na AR, citando vários casos de professores com nove e dez anos de serviço que ficaram excluídos no concurso público devido a estas irregularidades. Existem “indícios fortíssimos que fazem crer que houve uma manipulação da aplicação, possivelmente para poupar um mês de salário”, referiu Mário Nogueira.
A FENPROF levou a São Bento uma listagem de 512 professores (realidade muito distante da que foi divulgada pelo MEC) que apresentaram recurso dos resultados dos concursos para preencher necessidades transitórias nas escolas e pediu aos deputados que apoiem uma auditoria ao processo.