Nacional
Os lamentos de Isabel Alçada...

Os 43 milhões de euros (de que fala a Ministra) são professores a pôr na rua… mas serão estes que estão a mais?

09 de março, 2011

A Ministra da Educação tem repetido lamentos pelo facto de, chumbadas as alterações curriculares que o governo aprovou, não poupar 43 milhões de euros. Ou seja, lamenta-se por não poder livrar-se de um número de professores no valor de 43 milhões de euros, pois é só nesse domínio que, destas alterações curriculares, poderá surgir poupança.

É assim, nos dias de hoje, a governação no ME: não contam as pessoas, não contam as escolas e os alunos, não conta a qualidade… contam apenas os números. Cada pessoa tem um custo e, neste caso, o ME quer livrar-se de um número de docentes que, no conjunto, custa 43 milhões de euros. De não o poder fazer, lamenta-se Isabel Alçada!

São assim definidas pelas Finanças as políticas que no ME se executam:

  •  Os mega-agrupamentos avançam porque correspondem a vários milhões, pelos docentes que reduz;
  •  As novas regras para a organização e funcionamento das escolas no próximo ano valem mais uns milhões, porque eliminam milhares de postos de trabalho;
  • Aumentar os horários de trabalho dos professores significa mais uns milhões de redução, com a dispensa de milhares de outros;
  • Um conjunto de umas quantas medidas avulsas vale mais uns tantos milhões, pois permite despedir vários milhares de professores.

Tudo junto, sabemos que o governo prevê poupar mais de 800 milhões de euros, este ano, por conta do maior despedimento colectivo de professores previsto para Setembro somado ao roubo mensal nos salários e ao desvio de alguns financiamentos para os fundos comunitários, com consequências que ainda faltam avaliar.

É inadmissível que a professora Isabel Alçada se lamente por não poder livrar-se de milhares de professores que, bem sabe, são necessários às escolas e aos alunos.

Poderia o ME poupar na Educação sem ser no que é parte essencial da vida das escolas? Poderia, mas não é essa a sua opção! Por exemplo, na complexa teia burocrática que constitui toda a administração educativa, no despesismo com a Parque Escolar ou em custos acrescidos com compras efectuadas no âmbito da central que criou e em limpeza das escolas… isto para dar apenas alguns exemplos.

É esta política, ou melhor, é esta ausência de política educativa e esta falta de personalidade política do ME que os professores e educadores irão contestar mais uma vez na rua. A primeira acção terá lugar já no próximo sábado, dia 12, pelas 15 horas, iniciando-se no Campo Pequeno onde terá lugar um grande Plenário.

Hoje, é cada vez mais claro que, na Educação, o governo é problema e os professores são solução… sendo assim, torna-se evidente que estes não estão a mais!

O Secretariado Nacional da FENPROF
9/03/2011