Nacional
Centenas de professores em São Bento

FENPROF no protesto de EVT como em todos os protestos contra a destruição da escola pública e da qualidade educativa

07 de fevereiro, 2011

Centenas de professores de EVT, oriundos de diferentes regiões do país, estiveram esta tarde em São Bento, onde também se deslocou a Ministra da Educação, Isabel Alçada, para uma audição na Comissão parlamentar de Educação e Ciência. Os professores de EVT decidiram deslocar-se ao Parlamento para protestarem contra a eliminação do par pedagógico na disciplina e a FENPROF, apoiando o protesto, não só organizou transportes para que se deslocassem, como esteve presente na acção.

Como sublinha uma recente nota de imprensa da FENPROF, "e
sta medida anti-pedagógica e irresponsável que o Ministério das Finanças impôs contra tudo e todos, incluindo a posição consensual do Conselho Nacional de Educação, e o Ministério da Educação operacionalizou, integra-se nas chamadas “alterações curriculares” aprovadas pelo Decreto-Lei n.º 18/2011, de 2 de Fevereiro".
"Tais alterações destinam-se exclusivamente a eliminar horários de trabalho (e os correspondentes postos de trabalho), calculando-se que, só com esta medida, possa atingir os 12.000, dos quais 7.000 serão horários de EVT", acrescenta a nota sindical.

Sem negociar, o Governo tomou estas e outras medidas que põem em causa a qualidade da educação e do ensino e criam fortes e gravíssimos constrangimentos à organização pedagógica e ao funcionamento das escolas. Todavia, esse parece ser problema menor face ao que o Governo pretende com atingir: uma brutal redução do número de docentes no sistema, acima de 30.000, estando em preparação o maior despedimento colectivo de sempre em Portugal.

A FENPROF está neste protesto e, com outras organizações sindicais e outros parceiros educativos, prepara-se para desencadear uma forte acção que visará estancar a reprovável e irresponsável política educativa em curso no país.

Um escândalo e uma vergonha

Junto ao Parlamento, muitos professores de EVT envergavam roupa preta e lenços amarelos ao pescoço, empunhando cartazes em defesa da manutenção do par pedagógico (dois professores por sala).

“Um por todos, todos por dois”, foi uma das palavras de ordem gritadas ao fundo das escadarias da Assembleia da República.Os professores improvisaram uma banca com materiais usados nas aulas práticas e um espaço para intervenções ouvidas ao longo da tarde.

Entre os manifestantes ouviam-se desabafos como: “é um escândalo” e “uma vergonha”, referindo-se à redução de professores nesta disciplina.