Nacional
Mário Nogueira e Carvalho da Silva em declarações à comunicação social à porta da Escola Marquesa de Alorna

"Uma resposta grandiosa"

24 de novembro, 2010

"Uma resposta grandiosa". Foi assim que o Secretário Geral da FENPROF caracterizou, às 11 horas, a participação dos educadores e professores nesta Greve Geral. Mário Nogueira falava aos jornalistas (nacionais e estrangeiros) junto à Escola Marquesa de Alorna, em Lisboa, num ponto de situação em que também estiveram presentes Manuel Carvalho da Silva, Secretário Geral da CGTP-IN, e outros dirigentes sindicais, nomeadamente da União dos Sindicatos de Lisboa e do sector da Administração Pública.

"Um dia sem aulas", é o cenário a nível nacional, sublinhou Mário Nogueira. "Trata-se de uma grande adesão, de norte a sul do país, dos Açores à Madeira. Em muitos concelhos não há uma única escola aberta", observou mais adiante.

O dirigente da FENPROF referiu ainda que "onde foi possível recolher dados, o balanço é de uma forte participação em todos os sectores de ensino: pré-escolar, 1º ciclo, 2º e 3º ciclos, secundário, educação especial, particular e cooperativo e mesmo no superior e na investigação".

"Os professores identificam-se com os objectivos desta greve", destacou Mário Nogueira, afirmando que "esta contestação muito forte" é também  uma reacção às injustiças que se vivem no ensino. Não está em causa apenas o corte no salário, registou noutra passagem. "Os docentes estão preocupados com a qualidade da educação e com o funcionamento das escolas".  

Apesar de ainda não estar na posse de todos pormenores da adesão à greve, o Secretário Geral da FENPROF garantiu que se trata de uma elevada participação de docentes, com percentagens entre os 70 e os 98 por cento.

Por seu turno, Manuel Carvalho da Silva destacou também a forte adesão nas escolas - "é muito positivo que os profissionais do ensino não se desmotivem" - e reafirmou que "esta grande greve geral é transversal aos sectores e profissões", dando variados exemplos dessa forte participação: dos bancários aos pilotos da TAP, dos trabalhadores das Câmaras Municipais ao sector privado, salientando ainda, entre outros exemplos, que pela primeira vez estão paralisadops todos os portos.

"Há uma clara tendência para o aumento da adesão à greve ao longo do dia", nomeadamente nos transportes, referiu Carvalho da Silva que chamou  atenção para as pressões desencadeadas por chefias em vários grupos empresariais (caso da Caixa Geral de Depósitos) mas que, graças à firmeza dos trabalhadores, não tiveram os resultados pretendidos.

"O país precisa de reagir e precisa de solidariedades. Esta forte adesão à greve geral é um bom sinal para o futuro", concluiu./ JPO