Nacional
DESTAQUE

A Escola terá papel muito importante na prevenção da terrível chaga dos incêndios

12 de agosto, 2016

Os incêndios são uma chaga que destrói vidas e património, atentando ainda contra o ambiente e a biodiversidade e provocando fortes danos na vida económica do país e de muitas comunidades e famílias.

Todos os anos o problema repete-se nos meses de maior calor, sendo identificadas causas e referidas medidas que deveriam ser (ou ter sido) tomadas. Contudo, terminado o Verão o assunto passa ao esquecimento, adiando-se, por mais um ano, a sua discussão. Nada do que estamos a assistir no nosso país é novo, como também não há qualquer novidade nas críticas ao que não se fez e nas medidas que deverão ser tomadas.

Para a FENPROF, o regresso do Outono não pode fazer esquecer esta chaga, sendo necessário tomar medidas que visem, essencialmente, prevenir em relação ao futuro. Eventualmente, medidas de agravamento penal, mas, sobretudo, outras destinadas a garantir a limpeza das florestas, a munir os bombeiros dos recursos adequados, a levar por diante um mais que indispensável plano de ordenamento do território que inclua a adequada reflorestação das áreas ardidas, mas também medidas no âmbito da formação cívica dos cidadãos, sendo aqui que a escola pode e deve ter uma importante palavra a dizer.

No seu cego ataque à diversidade e riqueza dos currículos escolares, o governo da coligação PSD/CDS elegeu como nobres apenas algumas aprendizagens e como importantes algumas capacitações, pondo de lado áreas tão importantes como a formação cívica das crianças e jovens, eliminando dos currículos os espaços de aprendizagem e construção de competências de cidadania.

Depois de quatro anos de empobrecimento curricular, torna-se ainda mais urgente levar por diante uma profunda revisão curricular onde, entre outros aspetos, o respeito pela natureza, o conhecimento da floresta e a tomada de consciência sobre direitos e deveres de cidadania passem a ter lugar. Uma revisão curricular que não pode ser ditada pelo poder político ou desenhada pelos burocratas da 5 de Outubro, devendo, isso sim, corresponder à vontade dos portugueses em relação ao seu futuro e ao que pretendem para Portugal. Tal só se alcançará se for realizado um debate nacional sobre a matéria do qual resultem as propostas que levarão à revisão indispensável. Para a FENPROF, esse debate deverá desenrolar-se ao longo do ano letivo que se aproxima para que os novos currículos escolares entrem em vigor em 2017/18.

O Secretariado Nacional da FENPROF
12/08/2016