Nacional

Ameaças dos colégios confirmam que estes não olham a meios para atingirem os seus fins

08 de julho, 2016

Segundo os promotores, os protestos que os colégios estão a desenvolver destinam-se a manter “pressão alta” para, entre outros motivos, “lembrar o governo que não é boa ideia meter-se com as nossas escolas”. A ameaça consta de um power-point que chegou a docentes, funcionários e pais de alunos dos colégios com contrato de associação e destina-se a levá-los a participar nas vigílias que estão a ser promovidas em Belém.

Neste documento, um dos que a FENPROF entregou na Presidência da República, esclarece-se que as vigílias são para estar “atento ao que tem o Sr. Presidente da República a dizer sobre a matéria”, devendo haver uma particular animação entre as 19 e as 21 horas “por causa da abertura dos telejornais”, dando a entender que haverá já compromissos das televisões para transmitirem aquelas vigílias em direto.

No power-point que está a indignar muitos que o receberam e fizeram chegar à FENPROF, afirma-se que as vigílias também se destinam a “preparar o terreno já para o próximo ciclo governativo”, confirmando-se, assim, o caráter partidário dos protestos em curso.

Curioso é que a “pressão alta” se deva manter “para disparar pedidos de demissão mal haja uma decisão favorável do tribunal”. É isso que, pela comunicação social, o diretório deste movimento tenta iniciar quando afirma que já tem uma primeira sentença que lhe é favorável. Ignoram os representantes da associação patronal dois aspetos importantes: 1) que o decretamento é provisório, pelo que não constitui uma decisão definitiva relativamente à pretensão; 2) a quantidade de situações em que o decretamento, mesmo provisório, foi indeferido e que, segundo tem sido relatado na comunicação social, serão, para já, pelo menos, cinco.

Por último, relativamente ao eventual testemunho do ex-ministro Nuno Crato a favor dos colégios privados, nada tem de surpreendente. Será um depoimento absolutamente natural, tendo em conta as opções políticas que o mesmo assumiu durante os quatro anos em que dirigiu o MEC.

O Secretariado Nacional da FENPROF
8/07/2016