Caros amigos,
Infelizmente não poderei estar presente hoje. Mas não quero deixar de vos enciar um forte abraço ee solidariedade nesta luta.
Para quem contratou uma agência de comunicação e gastou muitos milhares de euros em material de propaganda, não são 79 colégicos que estão em causa. O que está em causa é um objectivo de longo praso. Na educação, mas também na saúde ou na segurança social. O objetivo é criar um mercado privado de serviços públicos subsidiados pelo Estado. No caso da educação, isso traduz-se no cheque-ensino ou noutras formas de privatização. Como indicam os estudos de opinião,, falta-lhes o apoio popular para tão ambiciosa empreitada. Por isso, tentam chegar lá por atalhos.
Todos sabemos como acaba esta história. Na Suécia, acabou com a queda a pique da qualidade do ensino. Porque a liberdade de escolha, quando o mercado finalmente se instala, é sempre e só a liberdade dos colégios escolherem os alunos. E isso resulta num ensino dual, onde umas escolas fica com o que lhes garante um ambiente mais fácil de gerir e melhores resultados nos rankings e nas outras fica tudo o que exige mais esforço e competência: os alunos com necessidades educativas especiais, os problemas disciplinares, os contextos sociais e familiares difíceis. A escola fácil conseguirá cada vez melhores resultados, a difícil vai-se afundando. A escola que querem é a escola que começa a selecionar à partida.
Sou, como a esmagadora maioria dos portugueses, um filho da escola pública. Apesar de todas as dificuldades, sei que é na escola pública que mais nos aproximamos desse desejo universal de dar a todos uma igualdade de oportunidades. É a escola pública que mais se aproxima do país real, com a sua diversidade e as suas dificuldades. E é a escola pública que melhor nos prepara para a vida.
Numa sociedade já tão desigual, não quero crianças e jovens dividios entre a escola que seleciona para dar de si uma falsa imagem de excelência e a escola-gueto, onde ficam aqueles a que se marca o destino à partida. Cada pai tem a liberdade de escolher a escola dos seus filhos, mas ao Estado cabe dar a todos o que é de todos. E para quantos mais for a escola pública melhor será. É à escola pública que devemos, nos últimos 42 anos, um salto cultural como este país nunca tinha vivido na sua história. É por isso que temos o dever de impedir o regresso da escola selectiva e elitista. Não entregaremos o que é nosso a quem nos quer vender o que é seu.
Daniel Oliveira
Para quem contratou uma agência de comunicação e gastou muitos milhares de euros em material de propaganda, não são 79 colégicos que estão em causa. O que está em causa é um objectivo de longo praso. Na educação, mas também na saúde ou na segurança social. O objetivo é criar um mercado privado de serviços públicos subsidiados pelo Estado. No caso da educação, isso traduz-se no cheque-ensino ou noutras formas de privatização. Como indicam os estudos de opinião,, falta-lhes o apoio popular para tão ambiciosa empreitada. Por isso, tentam chegar lá por atalhos.
Todos sabemos como acaba esta história. Na Suécia, acabou com a queda a pique da qualidade do ensino. Porque a liberdade de escolha, quando o mercado finalmente se instala, é sempre e só a liberdade dos colégios escolherem os alunos. E isso resulta num ensino dual, onde umas escolas fica com o que lhes garante um ambiente mais fácil de gerir e melhores resultados nos rankings e nas outras fica tudo o que exige mais esforço e competência: os alunos com necessidades educativas especiais, os problemas disciplinares, os contextos sociais e familiares difíceis. A escola fácil conseguirá cada vez melhores resultados, a difícil vai-se afundando. A escola que querem é a escola que começa a selecionar à partida.
Sou, como a esmagadora maioria dos portugueses, um filho da escola pública. Apesar de todas as dificuldades, sei que é na escola pública que mais nos aproximamos desse desejo universal de dar a todos uma igualdade de oportunidades. É a escola pública que mais se aproxima do país real, com a sua diversidade e as suas dificuldades. E é a escola pública que melhor nos prepara para a vida.
Numa sociedade já tão desigual, não quero crianças e jovens dividios entre a escola que seleciona para dar de si uma falsa imagem de excelência e a escola-gueto, onde ficam aqueles a que se marca o destino à partida. Cada pai tem a liberdade de escolher a escola dos seus filhos, mas ao Estado cabe dar a todos o que é de todos. E para quantos mais for a escola pública melhor será. É à escola pública que devemos, nos últimos 42 anos, um salto cultural como este país nunca tinha vivido na sua história. É por isso que temos o dever de impedir o regresso da escola selectiva e elitista. Não entregaremos o que é nosso a quem nos quer vender o que é seu.
Daniel Oliveira