A Jornada de Protesto, Luta e Luto dos Professores e Educadores, promovida no dia 26 de Maio, pela Plataforma Sindical dos Professores, é uma aposta ganha, pois atingiu os objectivos definidos. Esta apreciação decorre, sobretudo, do facto de ter permitido relançar a luta dos professores, no momento em que se prepara mais um dos seus momentos altos: a Manifestação Nacional convocada para o próximo sábado, dia 30 de Maio, em Lisboa, com início às 15 horas no Largo do Marquês de Pombal.
No que respeita à adesão à paralisação de dois tempos, esta é muito variada, encontrando-se valores situados entre os zero e os 100%. Alguns exemplos:
Grande Porto
Sec. de Águas Santas, Maia - 42%
EB 2.3 Custóias - 37%
Sec. Fontes Pereira de Melo, Porto - 23%
Região de Coimbra
EB2.3 Alice Gouveia - 100%
Sec. Jaime Cortesão, Coimbra - 80%
EB 2.3 Pedrulha, Coimbra - 88%
Sec. D. Maria, Coimbra- 31,4%
EB 2.3 Vila Nova de Poiares - 80%
EB 2.3 São Silvestre - 40%
EB 2.3 Inês de Castro - 61%
Agrupamento Silva Gaio - 7%
Distrito de Viseu
Sec. Vouzela - 72%
Sec. Carregal do Sal - 46,7%
EB 2.3 Canas de Senhorim - 79%
Sec. Viriato, Viseu - 63,3%
Sec. Emídio Navarro, Viseu - 60%
Sec. Sé, Lamego - 85,4%
EB 2.3 Santa Comba Dão - 82%
Agrupamento de Silgueiros - 76%
EB 2.3 Nelas - 43%
Distrito de Aveiro
EB 2.3 Mealhada- 83%
EB 2.3 Pampilhosa do Botão - 82%
Distrito da Guarda
Sec. Sabugal - 67%
Agrupamento de Almeida - 38,2%
Agrupamento de Manteigas - 80,7%
Distrito de Castelo Branco
EB 2.3 Tortosendo - 51,4%
EB 2.3 Ribeiro Sanches, Penamacor - 88,9%
Sec. Amato Lusitano, Castelo Branco - 50%
Agrupamento João Franco - 25%
Distrito de Leiria
EB 2.3 Pataias - 72%
EB 2.3 S. Martinho do Porto - 43%
Grande Lisboa
Conservatório de Dança de Lisboa - 66%
EB 2.3 Avelar Brotero, Odivelas - 51%
Sec Gil Vicente, Lisboa - 30%
JI Pai-do-Vento - 45%
EB1 nº1 da Amoreira - 100%
EB1 nº2 da Amoreira - 100%
EB1 do Estoril - 100%
EB 2 João de Deus - 35%
EB1 Casal de Cambra - 100%
Distrito de Setúbal
EB 2.3
EB 2.3 Luísa Tody (Setúbal) - 27%
Região do Alentejo
Sec. Castro Verde - 17%
EB 2.3 Vidigueira - 40%
Distrito de Faro
EB 2.3 Cabanita, Loulé - 70%
Sec. Loulé - 7%
EB 2.3 Afonso III - 45%
EB 2.3 Alberto Iria, Olhão - 70%
De novo na rua
Após a realização desta jornada de protesto, prepara-se, agora, a Manifestação Nacional do próximo sábado, dia 30, em que os professores e educadores, culminando um ano de intensa luta, voltarão à rua para:
- Reafirmar o seu repúdio pelas políticas educativas do Governo que, tanto, têm desvalorizado a Escola Pública e a profissão de professor;
- Colocar aos partidos políticos a necessidade de, em período de elaboração dos seus programas eleitorais para as Legislativas de Setembro, assumirem compromissos para o futuro que permitam solucionar os problemas que dificultam a organização e funcionamento das escolas e constrangem a actividade dos docentes;
- Exigir uma efectiva revisão do Estatuto da Carreira Docente e a substituição do modelo de avaliação, através dos processos que se esperam verdadeiramente negociais previstos para os meses de Junho e Julho.
REFÉM DAS SUAS DIFICULDADES DEMOCRÁTICAS
PRIMEIRO-MINISTRO RECUSOU OUVIR OS PROFESSORES
As dificuldades em lidar com as regras da democracia, impediu o Primeiro-Ministro, José Sócrates, de ouvir os professores na deslocação que hoje fez a Coimbra.
Na sua breve permanência nesta cidade, para, com a presença da comunicação social, simular a inauguração de um circuito de fibras ópticas, o Primeiro-Ministro não quis receber os dirigentes sindicais que, mandatados pelos professores da EB2.3 Alice Gouveia (escola em que permaneceram durante o período da paralisação), pretendiam entregar-lhe a posição que, por unanimidade, estes aprovaram.
A recusa em dialogar com os dirigentes sindicais não surpreende, na medida em que, ao longo da legislatura, mesmo nos momentos de maior tensão, o Primeiro-Ministro recusou receber a Plataforma Sindical dos Professores, não assumindo, assim, as responsabilidades políticas que lhe estavam e estão cometidas.
Não será por essa razão que o Primeiro-Ministro deixará de conhecer a posição dos professores e educadores.
A Plataforma Sindical dos Professores
26/05/2009A seguir: posição aprovada por unanimidade e aclamação na EB 2.3 Alice Gouveia, de Coimbra:
Os Professores não desistem de defender a sua Profissão e a qualidade da Escola Pública
Porque se sentem atingidos na sua dignidade profissional e humana?
Porque defendem os superiores interesses da escola pública?
Porque estão verdadeiramente empenhados na melhoria das aprendizagens dos alunos?
...os docentes estão dispostos a continuar a manifestar a sua determinação e empenhamento numa alternativa a esta politica educativa e, particularmente, ao Estatuto da Carreira Docente imposto por este ME/Governo que os oprime e a este modelo de Avaliação do Desempenho que deprecia o imprescindível papel social dos professores e educadores e a importância do seu desempenho para o desenvolvimento educativo do país.
Com o regresso à rua, que terá lugar no próximo dia 30 de Maio, através da Manifestação Nacional convocada pela Plataforma Sindical dos Professores, e nesta semana de exigência, protesto e luta, os professores e educadores revêem-se nos principais objectivos traçados, designadamente:
- Na exigência de que no processo de revisão do Estatuto da Carreira Docente sejam introduzidas alterações significativas que dignifiquem e valorizem a carreira e o exercício da profissão docente;
- Na exigência de que o processo de revisão e substituição do modelo de avaliação em vigor se inicie de imediato, decorra, finalmente, num clima de efectiva negociação e que os procedimentos em curso, este ano, sejam suspensos, evitando que se degrade ainda mais o clima de insatisfação e conflito que existe nas escolas;
- Protestando, neste final de ano lectivo e de Legislatura, contra as políticas educativas impostas pelo Governo, cujas consequências têm sido as piores para a Educação, para as escolas e para os professores;
- Exigindo aos partidos políticos a assunção de compromissos em relação ao futuro e à necessidade de ser profundamente alterado o rumo das políticas educativas, no sentido de salvaguardar os legítimos interesses da Escola Pública e os direitos dos docentes, dignificando e valorizando o seu exercício profissional e a sua carreira.
26 de Maio de 2009
Aprovado por unanimidade e aclamação
pelos docentes do Agrupamento de Escolas Alice Gouveia, Coimbra