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Maior manifestação de sempre na Educação pintou Lisboa de negro

08 de março, 2008
Os sindicatos garantem que se trata da maior manifestação de sempre na Educação e um dos maiores protestos dos últimos anos em Lisboa.  (...) Os organizadores garantem que mais de cem mil docentes participaram na iniciativa, que tingiu de negro as ruas do centro de Lisboa.

A cabeça do desfile chegou ao Terreiro do Paço cerca das 16h30, mas mais de duas horas horas depois eram ainda milhares os manifestantes que chegavam ao local, onde decorrem os discursos finais. Cerca das 18h50, o Terreiro do Paço encontrava-se praticamente cheio, enquanto uma densa mole humana preenchia ainda os últimos dois quarteirões da Rua do Ouro.

Demissão da ministra

Em declarações aos jornalistas, Mário Nogueira afirmava que, a dimensão do protesto, demonstrava que "não há condições para mais diálogo" com a ministra da Educação.

"Neste momento, depois desta manifestação impressionante, dizemos que a actual equipa ministerial não tem condições para continuar", afirmou, sublinhando que "não é possível ter alguém à frente do ministério que tem, contra si, dois terços dos professores".

"Com uma manifestação destas, este passa a ser um problema do Governo", acrescentou o dirigente, que voltou a lançar um repto a José Sócrates. "O primeiro-ministro tem de fazer uma leitura desta manifestação. É impossível manter uma política ministerial nestas condições".

A Plataforma Sindical, que ao longo das duas últimas semanas promoveu protestos nas principais cidades do País, promete não baixar os braços e, esta tarde, anunciou que todas as segundas-feiras do terceiro período lectivo (que se inicia após a Páscoa) vai promover manifestações a nível local para exigir a suspensão imediata do modelo de avaliação dos professores e o adiamento da entrada em vigor do novo diploma de gestão escolar.

Público, com Lusa, 8/03/2008


A maior parte da classe dos professores
está contra a Ministra

"(...) A ministra da Educação ficou com a certeza que, de facto, a maior parte da classe dos professores está contra ela. Mário Nogueira conclui: "Este já não é um problema do Ministério da Educação. É um problema do PrImeiro Ministro".

Diário de Notícias, 9/03/2008


"Novas Oportunidades, por favor, demitam-se"

Portugal tem 143 mil professores. Contas da ministra da Educação. Vestidos de negro, de lenços brancos na mão, de luto por ?a escola pública já não aguentar mais?, foram cem mil, segundo os sindicatos e a PSP, os professores que ontem pediram a demissão de Maria de Lurdes Rodrigues.

"Está na hora, está na hora, de a ministra ir embora", foi a melodia de fundo da Marcha da Indignação, que, ao longo de mais de três horas, encheu as ruas de Lisboa, do Marquês de Pombal ao Terreiro do Paço. As palavras de ordem foram repetidas por novos e velhos, famílias inteiras unidas pelo descontentamento.

Além do negro na roupa, os cartazes empunhados não pouparam críticas. Com uma maior ou menor dose de humor  - "Novas Oportunidades, por favor, demitam-se" ou "Quem avalia a ministra?" - , muitas foram as frases dirigidas.

A exemplo do que aconteceu nos protestos realizados em muitas cidades, a avaliação do desempenho e o Estatuto da Carreira Docente voltaram a ser o maior motivo para não ficar em casa. Muitos são professores há 20 e 30 anos e nunca tinham participado numa manifestação. Outros, apesar de reconhecerem ter votado no actual Executivo, não hesitaram em expressar o descontentamento.

Correio da Manhã, 9/03/2008