Nacional
Mário Nogueira em declarações à comunicação social na primeira etapa da "ronda" com os partidos com representação parlamentar

"Trouxemos aos partidos as preocupações da FENPROF, depois de uma legislatura que foi autocrática e prepotente"

21 de outubro, 2009

O Secretário Geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF) reiterou esta quinta-feira, 22 de Outubro, a necessidade de suspensão do actual modelo de desempenho dos docentes, mostrando-se confiante no "diálogo", dadas as novas condições políticas do Parlamento.

"Trouxemos aos partidos políticos as preocupações da FENPROF, depois de uma legislatura que foi autocrática e prepotente e gerou uma onda de indignação pela forma como os professores foram tratados pela anterior equipa do Ministério da Educação", afirmou Mário Nogueira, após reunião com a presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, e já depois de um encontro com responsáveis do PCP. A delegação sindical que participou nestas reuniões em Lisboa  foi constituída também por dirigentes dos Sindicatos que integram a FENPROF.

Existem agora "condições novas na Assembleia da República para um diálogo político efectivo, uma vez que não há maioria absoluta", recordou Mário Nogueira.

Parlamento poderá tomar iniciativas

"O Parlamento deixou de ser uma instância de recurso e poderá tomar iniciativas. Se o Governo não o fizer (suspensão do actual modelo de avaliação dos professores), os outros partidos podem fazê-lo e também pressionar o Executivo a uma revisão do estatuto da carreira", prosseguiu.

O dirigente da FENPROF não exclui contudo novos protestos dos profissionais do sector, que "esperam sinais". No entanto,  "se for preciso, voltam às ruas", realçou.

Prioridade às negociações

"Aquilo a que damos prioridade é às negociações com os partidos e o Governo", concluiu, avisando que o anterior Executivo obrigou as escolas a calendarizar a avaliação sob o actual modelo até final de Outubro, o que pode significar "todo um trabalho deitado por terra" caso se venha a verificar a suspensão do modelo.

Carta Reivindicativa dos Professores
e Educadores Portugueses


A FENPROF, recorde-se, solicitou reuniões aos partidos políticos com a intenção de, neste início de ciclo político, apresentar as suas preocupações e propostas para a Educação - que constam da Carta Reivindicativa dos Professores e Educadores Portugueses - bem como conhecer as posições dos partidos, propostas e prioridades para este importante sector da vida nacional.

À cabeça, naturalmente, a FENPROF coloca os aspectos que se prendem com os professores - a sua carreira profissional, as suas condições de trabalho e de exercício da profissão, as indispensáveis dignificação e valorização profissionais-na certeza de que o primeiro e maior desafio que se coloca ao poder, Governo e Assembleia da República, é voltar a ganhar os professores que tão atacados e maltratados foram pelo Governo anterior.

As primeiras reuniões desta ronda tiveram lugar esta quinta-feira, dia 22, com o PCP, pelas 10 horas, e PSD pelas 12 horas, nas sedes nacionais daqueles partidos políticos.